No último sábado, 7, o Sinduscon Rio Grande realizou o V Encontro Estadual da Construção Civil, reunindo lideranças, associados e convidados especiais para um dia repleto de atualizações, aprendizados e fortalecimento de laços no setor. O evento aconteceu no Restaurante Novo Conceito/Balneário Cassino, propriedade do Diretor Paulo Costa, encerrando-se com um jantar de confraternização para comemorar as realizações do ano de 2024.

Destaques do Evento: O encontro abordou temas essenciais para o futuro da Construção Civil, com palestras de especialistas e líderes do setor que trouxeram análises e perspectivas de grande relevância:

“Balanço 2024 e Perspectivas para 2025”
Apresentada pelos economistas da Unidade de Estudos Econômicos da FIERGS, Caroline Lucion Puchale e Marcelo Ayub Monteiro, a palestra explorou os cenários global, nacional e estadual.

Cenário mundial: Projeção de crescimento econômico com menor inflação e redução de juros em 2025.

Cenário brasileiro: Desafios fiscais persistentes, com despesas superiores às receitas, crescimento da dívida pública e impactos no PIB. Apesar disso, o aumento da renda disponível, a expansão do crédito e o mercado de trabalho aquecido foram destacados como fatores positivos.

Rio Grande do Sul: Enfrentando as consequências das enchentes, o estado apresentou recuperação em setores como agropecuária e serviços, com desempenho positivo da Construção Civil, que gerou mais de 10 mil postos de trabalho no acumulado de 2024.

Ações do Sinduscon Rio Grande
Conduzida pela secretária executiva Larissa Dias, a apresentação detalhou os comitês estratégicos da entidade:

  • Estudo de modernização da Lei 6588/08 (Plano Diretor).
  • Comitê de indicadores da construção civil.
  • Revisão do Projeto de Lei de Parcelamento do Solo (Lei 6587/08).

    Além disso, foram destacados eventos e seminários promovidos pelo Sinduscon, reforçando o papel ativo da entidade na atualização e capacitação do setor.

Desafios da Reconstrução no RS

O Engenheiro Civil Rafael Sacchi, Presidente do Sicepot/RS (sindicato da industria da construção de estradas, pavimentação e obras de terraplanagem em geral no estado do RS), Vice-Presidente da CBIC e membro ativo de conselhos da FIERGS, trouxe uma análise ampla e profunda sobre os desafios enfrentados pelo Rio Grande do Sul após as enchentes que afetaram o estado em 2023/2024. Sua palestra destacou os impactos econômicos, a necessidade de investimentos em infraestrutura e as estratégias para a recuperação sustentável.

Impactos das Enchentes e Desafios Imediatos

Sacchi iniciou ressaltando os danos causados pelas enchentes, que comprometeram estradas, habitações e estoques físicos de empresas e residências. Ele enfatizou que o impacto foi agravado pelo comprometimento estrutural de diversos patrimônios, dificultando ainda mais a recuperação de regiões atingidas.

O engenheiro destacou que as enchentes não só devastaram fisicamente as áreas afetadas, mas também causaram perdas significativas no estoque físico de empresas e residências. Ele ressaltou a urgência de investimentos em casas de bombas e no alteamento de cotas de água para mitigar futuros desastres em regiões litorâneas.

A Relevância da Economia no RS

O estado fechou 2023 com um PIB de R$ 640 bilhões, representando 5,9% do PIB brasileiro, consolidando-se como a quarta maior economia do Brasil. Para 2024, projeta-se um crescimento para R$ 670 bilhões, reforçando a relevância econômica do Rio Grande do Sul no cenário nacional.

Sacchi afirmou que falar sobre reconstrução no RS é também abordar a importância de sua economia, destacando os setores de construção, habitação e infraestrutura como pilares fundamentais para a recuperação.

Infraestrutura e Logística – Uma prioridade Estratégica

Rafael Sacchi destacou a precariedade do capital “estoque” de infraestrutura do Brasil, que atualmente representa apenas 35% do PIB, enquanto países desenvolvidos possuem índices de aproximadamente 60%. Ele frisou que o Brasil precisa investir significativamente para alcançar níveis competitivos, especialmente em um cenário onde se aplica apenas 0,6% do PIB em infraestrutura, comparado aos 2,5% a 4% de nações de primeiro mundo.

O engenheiro trouxe dados alarmantes: de 2021 a 2023: O DAER investiu 2,5 BILHÕES entre 2021 e 2023. Apesar de ser um montante muito expressivo, ainda é insuficiente, uma vez que precisamos de 1 bilhão por ano (aproximadamente) somente para manutenção das rodovias existentes. Fora isso, precisamos ainda de recursos para construção de novas obras (duplicação, implantação e restauração pesada de rodovias)

Resgatando projetos históricos e estratégicos para o futuro

Sacchi mencionou o resgate de contratos do programa de construção de acessos municipais e ligações regionais, criado durante o governo de Antônio Britto (1994-1998). Esses contratos estão sendo revisados para impulsionar obras estratégicas que melhorem a conectividade regional e reduzam os custos logísticos.

Ele também ressaltou a importância do modal hidroviário como alternativa econômica, considerando que este reduz significativamente os custos de transporte, beneficiando setores como agro, comércio e indústria.

Investimentos que Impulsionam a Economia

Sacchi reforçou que investir em infraestrutura, especialmente em rodovias, reduz os custos operacionais para empresas e consumidores. Ele explicou que melhorias logísticas impactam diretamente o tempo de deslocamento e o consumo de recursos, como combustível e pneus, gerando maior eficiência econômica.

Reflexão sobre enchentes e pandemia

Comparando as crises enfrentadas recentemente, Sacchi pontuou que, durante a pandemia, as pessoas conseguiram adaptar suas atividades ao trabalhar em casa. No entanto, as enchentes trouxeram um impacto muito mais devastador, com perdas de patrimônios físicos e estoques, além do comprometimento estrutural de residências e negócios

Uma visão para o futuro

Rafael concluiu sua palestra destacando que reconstruir o RS exige um olhar amplo e integrado para seus potenciais. Ele reforçou que a construção civil, a habitação e a infraestrutura são elementos centrais para uma recuperação robusta e que o estado deve repensar sua logística e priorizar investimentos de forma estratégica.

“Capacitação e Oportunidades para a Indústria”


O Gerente de Operações do SENAI/RS, Leandro Ferreira, apresentou as diversas oportunidades de cursos e capacitações oferecidos para a indústria da região sul, que inclui Pelotas, Bagé e Rio Grande. Destacou os números de atendimento e reafirmou o compromisso do SENAI em apoiar o crescimento sustentável do setor.

Encerramento e confraternização

O evento encerrou-se com um jantar no Restaurante Novo Conceito, proporcionando um ambiente descontraído para networking e celebração dos avanços conquistados.

As apresentações completas das palestras estão disponíveis para os associados e convidados por e-mail.

O Sinduscon Rio Grande agradece a todos que participaram e reafirma seu compromisso com a promoção do desenvolvimento sustentável e da inovação na construção civil, trabalhando para superar os desafios e transformar oportunidades em resultados concretos.

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